A solidão no seu todo é um modo de passar o tempo muitas vezes esperando que um amigos nos bata à porta ou um simples telefonema para consolo de uma vida triste mas o mais triste é que à porta só bate o carteira com más noticias e os telefonemas normalmente nada de novo trazem. Dizer mais deste facto nada melhor que o poema “Telefonema” do meu amigo Fernando Campos de Castro que aqui deixo para vocês degustarem.
TELEFONEMA
Duma lonjura mítica
Há uma voz que chega
Perfeitamente viva e perceptível
Como um beijo
A palavra é a gota
A fome, a promessa
É um mar de quentura
Que salta da boca e navega nos olhos
Cada hora é pouca
E o minuto basta para acender o corpo
Que se sente e cheira
Mas a distância é longa
E o vazio é lasso
Embarcamos num fio
O corpo das ideias
Mas sabe a solidão o nosso abraço
de: Fernando Campos de Castro
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Nelson Camacho D’Magoito
“Poemas para degustar”
© Nelson Camacho
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