Em Setembro eu acerto o passo
Nos bloges que por ai vou escrevendo umas coisas de acordo com o meu estado de espírito inserindo cada tema em cada blog próprio, já tive oportunidade de escrever sobre a rentrée politica e sobre as minhas férias, agora chegou a vez de vos falar de Setembro.
Setembro é o mês do inicio de muitas coisas, são as rentrés politicas, é o regresso à escola, é o fim do verão, é o inicio de um novo amor que se encontrou nas férias, são o inicio dos grandes espectáculos, são as estreias dos filme laureados, é um novo livro a sair, é um novo disco com temas a espreitar a calma do inverno, é o refazer das contas até ao subsidio do Natal, é o repensar na vida no seu todos.
É em Setembro que acertamos o passo para mais um ano de trabalho.
É em Setembro que os dias começam a diminuir. O signo que rege este mês é da natureza da terra, talvez por isso, comece a ser frio e seco. As pessoas nascidas nesta constelação entre Vénus e Júpiter procurem viver para a ordem, planeando a vida, e sendo perfeccionistas, são também curiosos e com necessidade de ajudar o mundo. Bons amigos e atenciosos.
Setembro é o fim de algumas frivolidades que vamos guardar numa caixinha de recordações, algumas vezes até as fechamos nos nossos corações mas é também o inicio de outras aventuras para que estamos guardados e não sabemos, talvez até a morte. Quem sabe?
Os dias ficam mais curtos e as noites mais longas para sonharmos com a felicidade que julgamos ter direito mas que não vem.
É em Setembro que as instituições que regem o nosso país voltam ao trabalho e ficamos na esperança que tudo isto melhore.
Acabem com a criminalidade que nos assalta a cada dia, que as reformas dos incapacitados sejam melhoradas, que acabem com as filas de espera para uma consulta ou uma operação, que os políticos não mintam mais e cumpram com o prometido, que acabem as guerras, a fome e com os imbecis que proliferam nos gabinetes do poder, que acabem com as barracas onde vivem seres humanos à laia de porcos, que acabem com a ideia que todos devem ser doutores, engenheiros, advogados, médicos, arquitectos e políticos. O país precisa de gente que trabalhe e não deixem que os imigrantes ocupem os nossos lugares.
Porque razão é raro ver um português, na indústria hoteleira, nas oficinas, na construção civil, nas limpezas, será que todos querem ser doutores? Porque razão há milhares de desempregados a viver à conta do Fundo do Desemprego? Não será da política do Senhor Sócrates? O português não é calão, quando vai para o estrangeiro trabalha. Porque será? Será o nosso Fado?
Em Setembro é o mês da mudança, vamos repensar no que fizemos e o que queremos para nós e para os nossos filhos.
É tempo de mudança, arregacem as mangas e não esqueçam que há sempre uma luz ao fundo do túnel.
Deixo-vos com um poema do meu amigo Fernando Tordo escrito em 1995 e incerto num CD “Calendáritordo” de 1997.
Setembro
Setembro é o que diz se vou a jogo ou passo
Setembro é carta
Setembro embaraço
em Setembro eu decido o que faço
em Setembro eu acerto o passo
com o tempo com a vida com o espaço.
Setembro é que diz se continuo ou paro
Setembro é o palpite
Setembro é o disparo
em Setembro é o escuro e o claro
em Setembro é que eu me deparo
com o incerto com o estranho com o raro.
altura de tudo repisar de não dizer de repensar
o que é profundo ou montanha
altura de querer construir e destruir e resistir
Setembro vontade tão estranha.
Setembro é que diz se ainda vale a pena
Setembro é poeta
Setembro é a cena
Setembro é que absolve ou condena
Setembro é inocência ou é pena
E a alma ou é grande ou é pequena.
» Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem sentir-se melhor e mais feliz.
(Teresa de Calcutá)
Nelson Camacho D’Magoito