Na cadeira onde me sento, penso e teclo coisas que me vão na alma. Coisas que vou observando no dia a dia, que mexem comigo e com o meu Povo

Art. 13º, n.º 2 da Constituição
"Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual". É assim que conta na Constituição da nossa República.
15
Set 08

 

Em Setembro eu acerto o passo

 

     Nos bloges que por ai vou escrevendo umas coisas de acordo com o meu estado de espírito inserindo cada tema em cada blog próprio, já tive oportunidade de escrever sobre a rentrée politica e sobre as minhas férias, agora chegou a vez de vos falar de Setembro.

     Setembro é o mês do inicio de muitas coisas, são as rentrés politicas, é o regresso à escola, é o fim do verão, é o inicio de um novo amor que se encontrou nas férias, são o inicio dos grandes espectáculos, são as estreias dos filme laureados, é um novo livro a sair, é um novo disco com temas a espreitar a calma do inverno, é o refazer das contas até ao subsidio do Natal, é o repensar na vida no seu todos.

     É em Setembro que acertamos o passo para mais um ano de trabalho.

     É em Setembro que os dias começam a diminuir. O signo que rege este mês é da natureza da terra, talvez por isso, comece a ser frio e seco. As pessoas nascidas nesta constelação entre Vénus e Júpiter procurem viver para a ordem, planeando a vida, e sendo perfeccionistas, são também curiosos e com necessidade de ajudar o mundo. Bons amigos e atenciosos.

     Setembro é o fim de algumas frivolidades que vamos guardar numa caixinha de recordações, algumas vezes até as fechamos nos nossos corações mas é também o inicio de outras aventuras para que estamos guardados e não sabemos, talvez até a morte. Quem sabe?

Os dias ficam mais curtos e as noites mais longas para sonharmos com a felicidade que julgamos ter direito mas que não vem.

     É em Setembro que as instituições que regem o nosso país voltam ao trabalho e ficamos na esperança que tudo isto melhore.

     Acabem com a criminalidade que nos assalta a cada dia, que as reformas dos incapacitados sejam melhoradas, que acabem com as filas de espera para uma consulta ou uma operação, que os políticos não mintam mais e cumpram com o prometido, que acabem as guerras, a fome e com os imbecis que proliferam nos gabinetes do poder, que acabem com as barracas onde vivem seres humanos à laia de porcos, que acabem com a ideia que todos devem ser doutores, engenheiros, advogados, médicos, arquitectos e políticos. O país precisa de gente que trabalhe e não deixem que os imigrantes ocupem os nossos lugares.

     Porque razão é raro ver um português, na indústria hoteleira, nas oficinas, na construção civil, nas limpezas, será que todos querem ser doutores? Porque razão há milhares de desempregados a viver à conta do Fundo do Desemprego? Não será da política do Senhor Sócrates? O português não é calão, quando vai para o estrangeiro trabalha. Porque será? Será o nosso Fado?

     Em Setembro é o mês da mudança, vamos repensar no que fizemos e o que queremos para nós e para os nossos filhos.

     É tempo de mudança, arregacem as mangas e não esqueçam que há sempre uma luz ao fundo do túnel.

     Deixo-vos com um poema do meu amigo Fernando Tordo escrito em 1995 e incerto num CD “Calendáritordo” de 1997.

 

 

Setembro

 

Setembro é o que diz se vou a jogo ou passo

Setembro é carta

Setembro embaraço

em Setembro eu decido o que faço

em Setembro eu acerto o passo

com o tempo com a vida com o espaço.

 

Setembro é que diz se continuo ou paro

Setembro é o palpite

Setembro é o disparo

em Setembro é o escuro e o claro

em Setembro é que eu me deparo

com o incerto com o estranho com o raro.

 

altura de tudo repisar de não dizer de repensar

o que é profundo ou montanha

altura de querer construir e destruir e resistir

Setembro vontade tão estranha.

 

Setembro é que diz se ainda vale a pena

Setembro é poeta

Setembro é a cena

Setembro é que absolve ou condena

Setembro é inocência ou é pena

E a alma ou é grande ou é pequena.

 

» Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem sentir-se melhor e mais feliz.

(Teresa de Calcutá)

 

 

Nelson Camacho D’Magoito

 

publicado por nelson camacho às 03:43
música que estou a ouvir: Setembro de Fernando Tordo
sinto-me: com força para recomeçar

24
Jul 08

 

Volto a escrever sobre Assafora

 

     Quando em Dezembro do ano passado escrevi sobra a vila da Assafora, tinha prometido que assim que houvesse algo de nota aqui voltaria e como o prometido é devido e não quero dever seja o que for a quem quer que seja, aqui estou.

     Assafora está mais rica comercialmente, mas esteticamente os senhores que mandam continuam a não fazer o que quer que seja. Pois então vejamos:

 

     Na estrada principal que atravessa a Vila abriu uma Pharmácia (eu gosto de escrever farmácia à moda antiga). Os seus proprietários, não sei quem são mas também não interessa nada, estão de parabéns.

     Sendo a Vila um lugar em que a sua juventude é escassa, a não ser os brasileiros que por aqui se plantaram e ainda bem pois estes pelo menos trabalham, já ia fazendo falta este comércio, pois o único estabelecimento do género mais perto só existia em São João das Lampas e às vezes estava fechado, tinha-mos que ir ao Magoito ou à Terrugem.

     Mas nem tudo são rosas. Andaram a colocar um novo tapete em algumas ruas da Vila, no entanto, na praça maior (Largo Central) local onde toda a gente vai, pois tem um Super-Mercado, um talho, duas lojas de pronto-a-vestir, e um café onde toda a gente para, foi de descorado. Este chão também merecia um novo tapete.

     Este largo é a vergonha da Assafora. Há dias em que parece existir ali um ferro-velho de automóveis, com os seus motores descarnados e deitando óleo para o asfalto, tudo ocasionado por uma oficina ali existente, que não tendo espaço no seu interior, faz as respectivas reparações na rua, inclusive ali ficam durante dias dando muito mal aspecto a quem se desloca aquele largo principal da Vila, pois é o centro do comércio local.

     Ainda no mesmo largo construíram uma nova moradia e para tanto, retiraram cascalho do casebre antigo e colocaram-no no terreno ao lado, ficando este em tipo montanha que até já está a ganhar nova plantação.

     Também no dito largo, existem ainda dois caixotes do lixo dos antigos sem qualquer higiene ou resguardo de cão, gatos, ratos e vadios que por ali proliferam procurando algo que lhes convenha. O lixo ali depositado normalmente caberia em quatro caixotes, mas só existem dois. É lixo do mais diverso, que por ali se amontoa, inclusive frutas e legumes em decomposição, oriundas dos espaços comerciais.

Estamos na época estival e por Assafora passam milhares de pessoas, uns para as suas casas de verão, outras para as parais de São Julião e Ericeira. Seria digno de quem de direito não só cuidar um pouco melhor desta Vila tão carismática como fazer pressão também a quem lhe compete a instalação de uma caixa de Multibanco, que já cá esteve, mas foi retirada em 2005.

     Quem vive por aqui ou vem passar férias tem de ter o dinheiro em casa ou deslocar-se a São João ou Magoito, únicos sítios próximos onde existem estas caixas e ao preço que está a gasolina não é nada proveitoso, a não ser para os senhores das gasolineiras.

    Um dia destes, encontrei-me com a Senhora Presidente da Junto no café e quis encetar o meu protesto sobre o assunto, mas a senhora virou-me as costas e não me deu trela. Deve ter sido por eu não estar bem vestido. Tenho pena porque não ando roto nem sujo, ando à vontade, porque assim me sinto bem e tenho a vantagem de não me reconhecerem.

Tenho dito por agora!

 

   Nelson Camacho D’Magoito

 

publicado por nelson camacho às 21:19
música que estou a ouvir: Vira do Minho
sinto-me: com um pouco de raiva

17
Jun 08

                   Futebol, Coesão ou Alienação

 

     Ontem na RTP e porque foi segunda-feira lá me liguei a esta estação televisiva para ouvir e ver o programa “Prós e Contras, sempre super bem dirigido por Fátima Campos Ferreira.

 

     Foi o tema do programa “Futebol, Coesão ou Alienação”, e porque sou português independentemente de gostar ou não de futebol que fez com que lá me sentasse no  sofá do costume.

 

     Felizmente que não tinha preparado como é normal, o meu Scotch Whiskie com uma pinga de água de Castelo e umas pedrinhas de gelo. Felizmente que ainda não tinha preparado este ritual, porque pela primeira vez, a meio do programa fui obrigado a mudar de canal.

 

     Pela primeira vez tive pena da Fátima Campo Ferreira, pois o tema de ontem tinha pano para mangas e efectivamente não estivesse presente no palco os Senhores Daniel Oliveira e Luís Salgado Matos. O primeiro porque só disse disparates e foram tantos que o aconselho a ir viver para outro país. Quanto ao segundo, nada mais foi que de corpo presente e as suas ideias sobre o seu país são um pouco confusas.

 

     Dou os parabéns aos Senhores Carlos Coelho e Carlos Alberto Amorim, ambos entenderam ao que foram e assim defenderam “ Futebol, Coesão ou Alienação.

 

     Estou totalmente de acordo que o futebol não é uma alienação do povo mas sim, um meio de divulgar com os seus jogadores e treinadores este país à beira mar plantado que ainda não se desligou de pessoas tristes como o Sr. Daniel Oliveira que teve o desplante em determinada altura do seu discurso dizer que “estava farto de tanta bandeira”.

 

     Eu, de há muitos anos a esta parte, que tenho a bandeira Nacional em cima da minha secretária e no meu quintal, um mastro onde se encontra hasteada uma outra.

 

     Nós que temos a mania de imitar em tudo o que vem dos EUA é pena que não copiem o seu sentido patriótico em relação à Bandeira Nacional. Não é preciso lá ir, basta ver nos filmes. Cada casa tem no seu jardim a sua bandeira hasteada.

 

     Ser patriota, é ter vontade de vencer e dizer ao mundo que somos os maiores não fica mal a ninguém. É preciso não ter medo de sermos bons e se para isso formos diferentes, que o sejamos.

 

     É a minha opinião e mais nada.

 

 

     Nelson Camacho D’Magoito

 

publicado por nelson camacho às 18:11
música que estou a ouvir: Lisboa menina e moça
sinto-me: Livre

06
Jun 08

 

O Antes e o Depois

(Eu quero ir p’ra Ilha)

 

     Como nota de abertura deste meu novo blogue aqui no Sapo fui retirar da minha gaveta de textos que vou escrevendo em certas alturas da sociedade portuguesa e os vou guardando por falta de tempo ou altura própria para os publicar.

     Em Abril de 2004, tive uma ideia, criar um blogue ao qual iria chamar de “Repórter Y”. Cheguei a fazer uma experiência no blogspot mas a experiência ficou por ali, passaram três anos e voltei à forma de divulgar ao mundo as minhas ideias, criticas e emoções. Essa forma de ver as coisas, estão expressas em “O Canto do Nelson” e “Histórias & Historietas Eróticas” desde 2007, no entanto, faltava-me uma outra forma de escrita mais acutilante, onde aqui e ali irei denunciara situações que o nosso poder politico nos vai afectando na nossa sobrevivência enquanto cidadãos. Não sou escritor nem tenho pretensões a tanto. Escrevo o que me vai na alma e com a raiva com que me deparo permanentemente, neste pais à beira mar plantado. Por vezes, dá-me vontade de dizer como o outro “Eu quero ir p’ra Ilha”

     Quem sou, na realidade? Já o descrevi em “Finalmente aqui estou” e “Impressão digital” postes que podem consultar caso achem ter algum interesse.

     Este espaço por enquanto, vai ser aberto a todos os leitores que queiram COMENTAR SEM MEDOS e sem qualquer pré análise da minha parte. Espero que esta liberdade que vos dou a aceite com o respeito que tenho por vós.

     Então aqui vai o meu Bom, Bom…… de abertura.

☺☺☺☺☺☺☺☺☺☺☺☺

 

     Com tantos despedimentos, com tanta fome encoberta, com tanta insegurança que vamos tendo nas escolas, nos transportes, na via publica, nas nossas casas, nos nossos estabelecimentos, com tanta falta de respeito entre as pessoas, por falta de credibilidade dos políticos que prometem e não cumprem, pela subida constante dos preços dos artigos de primeira necessidade e finalmente pelo constante aumento das gasolinas, cheguei á conclusão que um texto escrito por mim em 2004 ainda está actual. Sendo assim, aqui vai ele.

 

No antes:

 

     Tivemos a Pide ( ? )  Sempre fui do contra e nunca ninguém me chateou.

     Prendiam-se sindicalistas ( ? ) Sempre fui sindicalizado, protestei e nunca fui preso.

     Havia fome ( ? ). Eu sempre tive emprego e quando me chateava com um, ao virar da esquina tinha outro.

     Não havia casa para morar ( ? ) Eu sempre tive casa “ 8 assoalhadas “ e pagava 250$00 por mês.

     Ainda na altura do 25 de Abril 1974, tinha uma vivenda que pagava de renda 750$00 e um ordenado de 18.000$00.

     Não se podia escrever, falar no teatro de revista abertamente, nem aprender esperanto. Não é bem verdade, pois os textos das revistas e das canções, tinham mais encanto, pois diziam-se as coisas entre linhas era a regra do subentende e como o povo não era estúpido, entendia e gargalhava, sem se dizer asneiras e palavrões como se diz agora.

     Os cinemas da parte da tarde estavam cheios, portanto, não havia tanta fome como se diz:

     Lembro-me de um dia, Salazar ao passar pela porta do cinema São Jorge ter visto a escadaria cheia de pessoal para comprar bilhetes. Virou-se para um seu asessor e disse: - «Aumentar os ordenados para quê? os cinemas estão cheios!». Tinha razão.

     Dantes, haviam mais ricos (os tubarões) que mandavam em tudo, mas as empresas não davam prejuízo e não se despedia pessoal a torto e a direito como agora.

     As nossas ex. Colónias foram um cancro para o país, com soldados mortos, mas também ouve quem se enchesse com as várias comissões que faziam. A maioria dos mortos não foi em combate mas sim em acidentes. Eu estive lá e vi.

     Havia prostituição, mas estava controlada. As meninas tinham uma carteira de sanidade e tinham que ir ao médico permanentemente para salvaguardar a saúde pública. Estavam também condicionadas a determinados locais, (chamadas as casas das meninas). Locais onde qualquer rapaz pelos 16 anos ia fazer a sua primeira experiência sexual. Eu fui ao 100 da rua do Mundo com 15 anos, paguei 10$00 e tornei-me homem. Não estou arrependido, foi uma experiência espectacular.

     O Parque Eduardo VII, Belém, Monsanto, as estações de comboios, o campo grande, os cafés Paládio, Monumental, Gelo, Portugal, Montecarlo, Lisboa e outros tantos locais já haviam para os que tinham opções sexuais diferentes, mas não havia a caça às bruxas.

     Durante as noites de Lisboa, passeava-se nas Avenidas da Liberdade, Almirante Reis, avenidas novas. Tomava-se café no Vává na Mexicana na Suiça e nas esplanadas de qualquer café de bairro sem qualquer problema ou medo de ser assaltado ou roubado. Aviam carros que por vezes ficavam à nossa parte sem serem fechados à chave, sem o perigo de serem roubados. As casas e as lojas não necessitavam de ter alarmes. Passeava-se no Bairro Alto, em Alfama, na Mouraria, durante a noite onde se ia tomar um copo nas casas de fado e nada de perigo nos acontecia. Ia-se aos bares do Cais do Sodré dançar, tomar um copo e até engatar uma menina para passar a noite em qualquer pensão da nossa Lisboa, sem medo de ser assaltado.

 

O Depois:

 

     Temos o grito do apito dourado a contar a vergonha nacional.

     Agora temos as escutas telefónicas por dá cá aquela palha. Depois dizem que a Pide é que as faziam.

     Agora temos os Senhores do grande império proprietário a despedir trabalhadores aos milhares.

     Hoje uma simples casa T0, paga-se de arrendamento 400$00, para compra um T2 paga-se ao banco 120.000$00 e os ordenados são em média os mesmos 120.000$00.

     O ordenado mínimo não chega aos 90.000$00, a maioria dos reformados recebem 40.000$00.

     Hoje os directores dos jornais e televisões passam a vidam a responder em tribunal em processos que até ficamos envergonhados. (só porque dizem a verdade)

     Diz-se que antigamente o governo dava futebol aos portugueses para se esquecerem das agruras da vida. Hoje o sistema é o mesmo, acrescentado com notícias repetidas permanentemente nas televisões e jornais.

     Hoje, há mais tubarões, são os da droga, é o branqueamento de dinheiro é o tráfico de influências.

     Hoje há mais miséria escondida em cada apartamento que antigamente.

     Fica-se a dever tudo e não se paga nada, começando pelo próprio governo que não paga atempadamente aos seus fornecedores. São os tais barões que entram pela casa dentro de cada um, oferecendo este mundo e o outro a quem já sabe que não pode pagar. O Jogo está viciado.

     Não queremos mais tropas para as colónias, dizia-se no tal 25 de Abril.

     Hoje os nossos governos obrigam os nossos soldados a irem defender as guerras de loucos fanáticos em terras que nunca ouvimos falar e ninguém nos pergunta se temos alguma coisa ver com o assunto.

     A prostituição hoje passou a ser um negócio onde se movimenta milhões de Euros. São as putas, são as bichas e são aqueles que dizem não ser mas vivem dessa profissão e vão alastrando cada vez mais essa maldita doença que é a SIDA.

     Os putos hoje têm mais experiências sexuais entre eles, transformando-se em Gays, existe cada vez mais pedofilia (parece que é moda). O que lhes falta não é educação sexual mas sim as tais casas de meninas onde nós, ia-mos e pouco pagava-mos.

     Lembro-me de quando estava na tropa, e ficava um fim-de-semana em casa, pegava em 500$00, ia dormir com uma puta, almoçava, jantava, ia ao cinema e ainda sobrava dinheiro.

     Hoje, os tais 500$00 só dão para um maço de tabaco e uma bica.

     Hoje, os que têm opções sexuais diferentes, embora a sociedade esteja mais aberta para esse facto, há uma promiscuidade nos valores dos dirigentes que fazendo parte alguns, desses clãs, entendem mal o que é verdade e o que é mentira, pondo-se a analisar os factos, pseudo clínicos e juizes sem experiência de vida e de conceitos a julgarem factos que o não são. È definitivamente, a caça às bruxas.

     Hoje despede-se um homem com 50 anos de idade com uma experiência acrescida de valores e conhecimentos para dar emprego aos mais novos sem qualquer experiência ou conhecimentos que tragam da escola pois aí nada se aprende a não ser arrogância e outros crimes sobre a sociedade. Não sou contra o dar emprego aos mais novos, sou contra sim, em dar-lhes lugares de chefia onde só vão fazer disparates. Tem que se começar por baixo.    

     Eu por exemplo, para chegar a um lugar de chefia em um emprego, tive de trabalhar de dia, tirar um curso de noite e mesmo assim, tive que provar que merecia o lugar. Até para ser artista, tive de tirar uma carteira profissional que só era passada desde que provasse que efectivamente tinha valor para tanto, até gravar os discos que gravei. Hoje temos um estrelato de Zés Cabras e pimbalhada, ficando de fora os valores desta terra que eu já não amo como amava, pois como diz a canção, - « somos um país de rabichos e aldrabões ».

     Hoje, que mais uma vez quando festejamos o 25 de Abril, os senhores do governo vêem dizer que comemoramos uma EVOLUÇÃO E NÃO UMA REVOLUÇÃO. Atiram-nos para os olhos as percentagens que: «a longevidade aumentou 15 % nos homens e 13 % nas mulheres e isso se deve a termos mais médicos, enfermeiros, advogados, arquitectos, engenheiros, economistas, professores, 390.977 licenciados. Passamos a ter 1.835 quilómetros de auto-estradas e finalmente porque o rendimento per capita tem um aumento de 100%».

     Meus senhores, mas isso, é e evolução normal e natural num país democrático como o nosso, e não foram os homens feitos políticos que o fizeram mas sim, os homens da revolução agora esquecidos. A INTENÇÃO DA REVOLUÇÃO DE ABRIL, AINDA ESTÁ POR SE FAZER, POR ESSA RAZÃO DEVEMOS FESTEJAR A REVOLUÇÃO E NÃO A EVOLUÇÃO.

     Os senhores do governo esquecem-se de dizer que uma simples consulta de oftalmologia é marcada para 8 meses depois. Que uma consulta para um médico de família leva 2 meses a ser marcada. Que uma operação a um rim leva anos a ser feita e às vezes marcam-na depois do paciente estar morto. Que nas urgências do hospital uma pessoa com um ataque de apendicite leva 6 horas para ser atendido. Nos hospitais e Centros de saúde pública e não só, somos atendidos por enfermeiros e médicos espanhóis. Que no Portugal do interior não há médicos, não há escolas, não há água, não há luz. Neste Portugal actual ainda não há, não há, não há, não há, MAS HÁ FOME. Há dívidas, há gatunos, há assaltos à mão armada, há sida, há tuberculose, há barracas, há gente a dormir nas ruas, há gente a mendigar.

     HÁ POBRESA ENVERGONHADA. PORTUGAL AINDA ESTÁ EM REVOLUÇÃO E ESTARÁ ATÉ QUE O 25 DE ABRIL SE FAÇA.

     Hoje todos querem ser Engenheiros, doutores, modelos, apresentadores de televisão, Directores de Marketing, directores disto e daquilo e daquelotro, mas trabalhadores não querem ser. Para trabalhar no duro, aproveitam a mão-de-obra dos imigrantes aos quais pagam mal mas exigem contribuições fiscais como aos outros.

     Onde estão as escolas de cursos intermédios, tais como de: electricista, mecânicos, mestres-de-obras, e tantas outras profissões que fazem andar um país?

     Eu trabalhei como frezador e mecânico de dia e tirei um curso nocturno na Machado de Castro à noite. Tirei um curso no Instituto Industrial de Lisboa, andei nas cantigas e fiz teatro porque gostava, mas sempre trabalhei.

     Hoje tenho mais liberdade de expressão, posso dizer o que digo aqui, mas não posso fazer as mesmas noitadas em Lisboa nem passear livremente pelo meu país, pois posso ser assaltado em qualquer lugar ou ser morto à saída de um bar.

     O meu povo está com fome e se os supermercados estão cheios é porque as compras são pagas com cartões de crédito, tal como os carros, os bens de consumo, as férias, a farmácia e tudo o resto. O pior é que os ordenados e as pensões não chegam e o Zé Povinho está cada vez mais endividado e com falta de liquides.

     O 25 de Abril prometido ainda está por fazer.

     Voltámos a ter uma ditadura, desta vez de José Sócrates. Que não ouve o povo nem os Partidos da oposição. Uma maioria da Assembleia é sempre uma ditadura, doa a quem doer.

 

     Volta Marcelo Caetano que estás perdoado.

     A canção do Zeca Afonso “ Eles comem tudo “ está mais actualizada que nunca.

 

Nelson Camacho D’Magoito

            Reporte Y

 

publicado por nelson camacho às 02:22
sinto-me: Com raiva
música que estou a ouvir: Eles comem tudo

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