Na cadeira onde me sento, penso e teclo coisas que me vão na alma. Coisas que vou observando no dia a dia, que mexem comigo e com o meu Povo

Art. 13º, n.º 2 da Constituição
"Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual". É assim que conta na Constituição da nossa República.
30
Set 16

     Amália Rodrigues escreveu um belo poema dedicado às gentes da nossa terra.

     Escreveu a certa altura dos versos:

                “Ó gente da minha terra

                Agora é que eu percebi

                Esta tristeza que trago

                Foi de voz que recebi”

      Ouvi centenas de vezes este fado na voz límpida de Mariza e algumas vezes as lágrimas vieram-me dos olhos tal como diz parte do fado.

                 “ Sempre que se ouve um gemido

                  Numa guitarra a cantar

                  Fica-se logo perdido

                 Com vontade de chorar”

      Pois é! Embora já tenha percorrido quase todas as vilas e cidades do nosso Portugal ainda não me tinha apercebido que a realidade não é bem assim.

     O respeito pelas pessoas com o tempo vai-se diluindo. Talvez a causa sejam as novas tecnologias. Já ninguém conversa ou se preocupa com os vizinhos. Os pais não têm tempo para educar os filhos, deixando essa missão para a escola esquecendo-se que a educação é feita em casa com os pais e avós ficando a escola com a missão da formação.

     Os filhotes em casa resguardam-se nos seus cantos juntos ao computador onde ganham as azas para o bem e para o mal. Aquela coisa de todos se juntarem à mesa nas horas das refeições já está ultrapassado. – A maioria come na cozinha e um de cada vez – Resultado; Os filhos não aprendem a conviver e os pais já se esqueceram de como é.

     Tudo isto para vos dizer que hoje apeteceu-me dar uma volta por algumas vilas de Sintra e acabei parando para comprar um maço de tabaco e beber uma bica num café esplanada na vila da Assafora.

  Era manhã e então verifiquei a azáfama do entre a sai de gente para apressadamente tomarem o pequeno-almoço. Uns eram casais com filhos, outros sós.

     Notava-se assim que uns iriam para o trabalho e no caminho iriam deixar os filhotes na escola. – Gente fina ou endinheirada ou novos-ricos que por ali vivem – Haviam também umas senhoras que entravam sós para o pequeno-almoço. – Notava-se que essas, eram as donas de casa que se juntavam em grupos para a conversa do mal ou bem dizer dos vizinhos ou sobre as novelas que tinham visto na noite anterior nas TVs enquanto seus maridos tinham abalado para o emprego.       

     Durante duas horas a azáfama continuou. Não os contei mas foram pelo menos uma centena de pessoas.

   Depois do primeiro café acabei por comer uma torrada e beber um leite com chocolate e mais uma bica. Estava entretido e achei graça lembrando-me novamente do poema Ó Gente da minha Terra e fiquei triste.

    Talvez por eu já ser antigo e ter sido educado com os princípios do antigamente verifiquei que esta gente não é mais a gente da minha terra.

      Eu estava na esplanada mesmo de frente para a porta de entrada e ao lado da que dá para o interior e pasme-se.

     Entre toda aquela gente só dois e mais velhos olhando-me nos olhos como todos os outros disseram BOM DIA.

 Qualquer semelhança com factos reais é mera coincidência, ou não! O geral ultrapassa a ficção

         Nelson Camacho D’Magoito

 “Contos ao sabor da imaginação” (nc026)

               © Nelson Camacho
2016 (ao abrigo do código do direito de autor)

publicado por nelson camacho às 19:54
sinto-me:
música que estou a ouvir: Ó Gente da minha terra

19
Jan 14
reflecção

     Sejam humildes e amem o próximo como a você mesmo.

     A vida é demasiado curta para sermos arrogantes para com os outros.

     Se for humilde receberá em troca o que julga ser impensável.

     Leiam esta história e reflictam no que andam a fazer neste mundo.

 

Uma história para reflectir

     Carlos trabalhava numa fábrica de distribuição de carne. Um dia, quando terminou o seu horário de trabalho, foi a um dos frigoríficos para inspeccionar algo, mas num momento de azar a porta fechou-se e ele ficou trancado lá dentro.

 

     Ainda que tenha gritado e batido na porta com todas as suas forças, jamais poderiam ouvi-lo. A maioria dos trabalhadores já tinha ido embora, e no exterior da arca frigorífica era impossível ouvir o que estava acontecendo lá dentro.

Cinco horas mais tarde, quando Carlos já se encontrava à beira da morte, alguém abriu a porta. Era o segurança da fábrica, que salvou a vida de Carlos.

 

     Carlos perguntou ao segurança como foi possível ele passar e abrir a porta, se isso não fazia parte da sua rotina de trabalho, e ele explicou:

“Eu trabalho nesta fábrica há 35 anos, centenas de trabalhadores entram e saem a cada dia, mas você é um dos poucos que me cumprimenta pela manhã e se despede de mim à noite. Muitos me tratam como se eu fosse invisível. Hoje, como todos os dias, você me disse seu simples ‘olá’ na entrada, mas hoje curiosamente, não tinha ouvido o seu ‘até amanhã’. Espero o seu ‘olá’ e ‘até amanhã’ todos os dias. Para você eu sou alguém. Ao não ouvir a sua despedida, eu sabia que algo tinha acontecido… Procurei-o e encontrei-o!”

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As fotos aqui apresentadas são livres de copyright e retiradas da Net.

Qualquer semelhança com factos reais é mera coincidência, ou não! O geral ultrapassa a ficção

 

       Nelson Camacho D’Magoito

     “Histórias para degustar (DR)”

            © Nelson Camacho
2014 (ao abrigo do código do direito de autor)

 

publicado por nelson camacho às 17:34
sinto-me:

15
Jan 14
infancia carrinho de rolamentos

     Esta noite apeteceu-me levantar o cú da minha cadeira de baloiço onde estava a ler um livro de Jorge Amado e fui até à net vasculhar o que por lá se escreve.

 

     Não tenho por hábito fazer copy paste mas por vezes encontro delicias que vale a pena divulgar principalmente quando estas se encontram no Facebook que contrariamente ao que muitos dizem não é para todos mas sim para uma roda de amigos. Não sei quem é o seu autor portanto, um texto livre. Li, reli e lembrei-me da minha infância onde havia respeito pelos mais velhos. Não havia computadores nem amigos virtuais mas éramos felizes.

 

     Leia com atenção pois vale a pena e deliciem-se….

 

Nascidos antes de 1986.

 

De acordo com os reguladores e burocratas de hoje, todos nós que nascemos nos anos 40, 50, 60, 70 e princípios de 80, não devíamos ter
sobrevivido até hoje, porque as nossas caminhas de bebé eram pintadas com cores bonitas, em tinta à base de chumbo que nós muitas vezes lambíamos e mordíamos.

Não tínhamos frascos de medicamentos com tampas 'à prova de crianças', ou fechos nos armários e podíamos brincar com as panelas.
Quando andávamos de bicicleta, não usávamos capacetes.
Quando éramos pequenos viajávamos em carros sem cintos e airbags, viajar à frente era um bónus.
Bebíamos água da mangueira do jardim e não da garrafa e sabia bem.
Comíamos batatas fritas, pão com manteiga e bebíamos gasosa com açúcar, mas nunca engordávamos porque estávamos sempre a brincar lá fora.
Partilhávamos garrafas e copos com os amigos e nunca morremos disso.
Passávamos horas a fazer carrinhos de rolamentos e depois andávamos a grande velocidade pelo monte abaixo, para só depois nos lembrarmos que esquecemos de montar uns travões.
Depois de acabarmos num silvado aprendíamos.
Saíamos de casa de manhã e brincávamos o dia todo, desde que estivéssemos em casa antes de escurecer.
Estávamos incontactáveis e ninguém se importava com isso.
Não tínhamos Play Station, X Box..
Nada de 40 canais de televisão, filmes de vídeo, home cinema, telemóveis, computadores, DVD, Chat na Internet.
Tínhamos amigos - se os quiséssemos encontrar íamos à rua.
Jogávamos ao elástico e à barra e a bola até doía!
Caíamos das árvores, cortávamo-nos, e até partíamos ossos mas sempre sem processos em tribunal.
Havia lutas com punhos mas sem sermos processados.
Batíamos às portas de vizinhos e fugíamos e tínhamos mesmo medo de sermos apanhados.
Íamos a pé para casa dos amigos.
Acreditem ou não íamos a pé para a escola; não esperávamos que a mamã ou o papá nos levassem.
Criávamos jogos com paus e bolas.
Se infringíssemos a lei era impensáveis os nossos pais nos safarem.
Eles estavam do lado da lei.
Esta geração produziu os melhores inventores e desenrascados de sempre.
Os últimos 50 anos têm sido uma explosão de inovação e ideias novas.
Tínhamos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade e aprendemos a lidar com tudo.

És um deles?

Parabéns!..

 

(Gentileza do Aurélio de Matos)

 

  Nelson Camacho D’Magoito

publicado por nelson camacho às 07:16
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