Dia da Raça de Camões e das Comunidades
Neste dia tão lustroso para os senhores do poder e depois de ter visto na televisão o Sr. Sócrates a ser vaiado pelo povo e com o maior descaramento a levantar o braço a agradece como nada contra ele estivesse a acontecer, depois de ter ouvido o Senhor Presidente da Republica dizer "Hoje eu tenho que sublinhar, acima de tudo, a raça, o dia da raça, o dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas", fiquei com o dia pago.
Fiquei com o dia pago porque quanto a mim, em meia dúzia de minutos aconteceu algo que o nosso povo agradece. Primeiro a vaiada a Sócrates e segundo, o Sr. Presidente da Republica vir lembrar que ainda impera em nós a “Raça lusitana” que nada mais é que o orgulho de sermos portugueses. É desse orgulho que temos dado Mundos ao Mundo e dignificamos a nossa raça quando para o estrangeiro vamos trabalhar e somos exemplo para outras raças.
É obvio que agora os senhores da esquerda vêem dizer gatos a lagartos sobre a expressão “Dia da Raça” e os senhores da direita, ou não comentam ou vêem dizer que se aplica muito bem pois nada mais é que o orgulho de ser português.
No meio de toda esta polémica, a gasolina vai aumentando, os produtos de primeira necessidade também, os postos de saúde do interior vão fechando, o desemprego vai aumentando, os pobres estão cada vez mais pobres, o endividamento familiar vai aumentando dia a dia.
Tudo isto porque digam o que disserem, temos novamente uma ditadura a comandar o nosso país, só que desta vez é de esquerda.
Não me chamem nomes e entendam bem as minhas palavras “Quando há uma maioria parlamentar é uma ditadura” aliás já em tempos o Mário Soares disse que uma maioria parlamentar era um perigo para a democracia.
Já agora falando em democracia e em Camões, foi com a democracia que se retirou das escolas o ensino de “Os Lusíadas” mas cinicamente os mesmos senhores vêem homenagear neste dia o homem da língua portuguesa.
Para os menos atentos aqui ficam dois sonetos. (espero que os saibam ler)
☺
Enquanto quis Fortuna que tivesse
Esperança de algum contentamento,
O gosto de um suave pensamento
Me fez que seus efeitos escrevesse.
Porém temendo Amor que aviso desse
Minha escritura a algum juízo isento,
Escureceu-me o engenho co’o tormento,
Para que seus enganos não dissesse.
Ó vós que Amor obriga a se sujeitos
As diversas vontades! Quando lerdes
Num breve livro casos tão diversos,
Verdades puras são e não defeitos;
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
Tereis o entendimento de meus versos.
---------------------☺------------------------
Está o lascivo e doce passarinho
Co’o biquinho as penas ordenando,
O verso sem medida, alegre e brando,
Espedindo no rústico raminho.
O cruel caçador, que do caminho
Se vem, calado e manso, desviando,
N pronta visita a seta endireitando,
Lhe dá no Estígio lago eterno ninho.
Destarte o coração, que livre andava
(Posto que já de longe destinado),
Onde menos temia, foi ferido.
Porque o Frecheiro cego me esperava,
Para que me tomasse descuidado,
Em vosso claros olhos escondido.
---------------------☺------------------------
Se acharem que devem comentar este meu escrito de hoje, façam-no à vontade e sem medos, pois a liberdade de expressão, não ofendendo seja quem for, por enquanto, não paga imposto.
Para ler outras “coisas” de Camões, podem visitar-me em “O Canto do Nelson “ ou “Historias & Historietas Eróticas”.
Um abraço e portem-se bem se poderem.
Nelson Camacho D’Magoito