
Volto a escrever sobre Assafora
Quando em Dezembro do ano passado escrevi sobra a vila da Assafora, tinha prometido que assim que houvesse algo de nota aqui voltaria e como o prometido é devido e não quero dever seja o que for a quem quer que seja, aqui estou.
Assafora está mais rica comercialmente, mas esteticamente os senhores que mandam continuam a não fazer o que quer que seja. Pois então vejamos:
Na estrada principal que atravessa a Vila abriu uma Pharmácia (eu gosto de escrever farmácia à moda antiga). Os seus proprietários, não sei quem são mas também não interessa nada, estão de parabéns.
Sendo a Vila um lugar em que a sua juventude é escassa, a não ser os brasileiros que por aqui se plantaram e ainda bem pois estes pelo menos trabalham, já ia fazendo falta este comércio, pois o único estabelecimento do género mais perto só existia em São João das Lampas e às vezes estava fechado, tinha-mos que ir ao Magoito ou à Terrugem.
Mas nem tudo são rosas. Andaram a colocar um novo tapete em algumas ruas da Vila, no entanto, na praça maior (Largo Central) local onde toda a gente vai, pois tem um Super-Mercado, um talho, duas lojas de pronto-a-vestir, e um café onde toda a gente para, foi de descorado. Este chão também merecia um novo tapete.
Este largo é a vergonha da Assafora. Há dias em que parece existir ali um ferro-velho de automóveis, com os seus motores descarnados e deitando óleo para o asfalto, tudo ocasionado por uma oficina ali existente, que não tendo espaço no seu interior, faz as respectivas reparações na rua, inclusive ali ficam durante dias dando muito mal aspecto a quem se desloca aquele largo principal da Vila, pois é o centro do comércio local.
Ainda no mesmo largo construíram uma nova moradia e para tanto, retiraram cascalho do casebre antigo e colocaram-no no terreno ao lado, ficando este em tipo montanha que até já está a ganhar nova plantação.
Também no dito largo, existem ainda dois caixotes do lixo dos antigos sem qualquer higiene ou resguardo de cão, gatos, ratos e vadios que por ali proliferam procurando algo que lhes convenha. O lixo ali depositado normalmente caberia em quatro caixotes, mas só existem dois. É lixo do mais diverso, que por ali se amontoa, inclusive frutas e legumes em decomposição, oriundas dos espaços comerciais.
Estamos na época estival e por Assafora passam milhares de pessoas, uns para as suas casas de verão, outras para as parais de São Julião e Ericeira. Seria digno de quem de direito não só cuidar um pouco melhor desta Vila tão carismática como fazer pressão também a quem lhe compete a instalação de uma caixa de Multibanco, que já cá esteve, mas foi retirada em 2005.
Quem vive por aqui ou vem passar férias tem de ter o dinheiro em casa ou deslocar-se a São João ou Magoito, únicos sítios próximos onde existem estas caixas e ao preço que está a gasolina não é nada proveitoso, a não ser para os senhores das gasolineiras.
Um dia destes, encontrei-me com a Senhora Presidente da Junto no café e quis encetar o meu protesto sobre o assunto, mas a senhora virou-me as costas e não me deu trela. Deve ter sido por eu não estar bem vestido. Tenho pena porque não ando roto nem sujo, ando à vontade, porque assim me sinto bem e tenho a vantagem de não me reconhecerem.
Tenho dito por agora!
Nelson Camacho D’Magoito